Musgosa
Envelhecida
suja, negra e musgosa
Refletido ali, naturalmente,
o fluxo
Da vida, de sua roda
Roda o cata-vento, rodam os raios de Sol
como numa animação
Até a auréola da Lua
Posso vê-la girar e até estrelas piscarem
E como nada
nunca pára
A pedra musgosa também se refaz
se renova quando numa lascada
nos mostra seu interior
Tão brilhoso, tão jovem
E neste ressurgimento
E nesta pedra, estática, mas
parte de ciclos constantes, eternos
Sabemos que existe sim a
Esperança, tão verde como o musgo
Até mesmo no velho
e no morto, há algo
Que insiste em viver e luzir
Como no Sol que a Lua
muito sábia, insiste em refletir
Para iluminar a escuridão da noite
Só para parecer que
Não acabou.
Helô Ribeiro
20.05.2006
Vinhedo - SP