domingo, 15 de janeiro de 2012


Quando fumo?

Era canto, 
Acalanto
D'outro canto
Entre nuvens, ficou
Reza música:
Onde estou?
Longe certo,
Ninguém por perto
Apenas, eu, me assegurou
A voz de manso,
Me acalma, avanço
No destino que guiou.
Disse breve,
Sem suspiros,
Com certeza de menino:
Que só fica que chorou.
Se é tristeza
Diga logo
Alivie esta dor.
Se alegria?
Quem me dera!
Antes fosse essa flor.
É primavera;
Foge,
Espera,
O sentido do amor.
Seca o vento.
Gela a alma.
Com alegria de ator.
Pede rapaz!
Peça moça!
Só não deixes de partir,
Pois só fica ao relento,
Em desalento,
Pobre alma
Que não sabe mentir.
Por isso, se despeça!
Tenho pressa!
Não pertenço mais aqui.
Sou do mundo dos seus sonhos
Dos segredos mais medonhos
E da noticia mais feliz.
Antes que eu me esqueça
Jure de vela acesa
Que os anjos vão ouvir.
E mais que tudo me prometa
Em nome da cadente
Ou cometa
Que em paz estará, sim
É desta maneira
Que quem amo fica,
E quem sou,
Vou.
Voo distante.
Voo para não sei.
Mas vou porque preciso
E te deixo...
Porque a quero bem.


(Lucas M. Francison - em ressonância profunda com as coisas deste e dos outros mundos, num ritmo admirável, acompanhando vibrações longínquas - beijo, meu amigo!)

Um comentário:

  1. Isso foi apresentado nesse último sarau, não?!
    Inconfundível poema do Lucão, ele escreve muito bem. =}

    ResponderExcluir