sexta-feira, 15 de junho de 2012



Eu sou

Eu sou nada
E nada eu não sei entender

Eu sou tudo
E tudo não me cabe ver

A insignificância de um momento
Quer me parecer a dor do mundo inteiro

A vida toda quer ir embora num isqueiro
Mas meu corpo não caberia no cinzeiro

Quero ser livre o dia inteiro
Mas aborreço num breve momento ocioso

Desmorono osso a osso
Duas, três décadas num sopro

Numa sanfona vejo as pessoas do mundo inteiro
Aproximarem-se e despedirem-se o dia inteiro

Debaixo da pedra você pode estar mais vivo
Do que quem não se abriu pro divino.


Helô Ribeiro
26.fev.2012

4 comentários:

  1. que intenso esse, Lolis!
    também quero ser livre o dia inteiro.

    e ah, a imagem que postou é o papel de parede do meu micro do trabalho há uns meses =]

    uuuta

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  2. Ah é, mas por que? tá fumando cigarro molhado? rsrsrs
    Achei bem legal esta imagem pro que eu falei aqui.
    Uta

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  3. E vc acha que isqueiro d'água não serve pra nada? Que nada! Isso é só pra quem nada.

    "Numa sanfona vejo as pessoas do mundo inteiro
    Aproximarem-se e despedirem-se o dia inteiro"
    Gostei disso. Me lembra rodoviárias. Eu gosto de rodoviárias! =}

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  4. Olha, seu forte é rima! :)
    "o trem que chega é o mesmo trem da partida
    a hora do encontro é também despedida"
    Lembrei disso da música cantada pela Maria Rita

    Obg por comentar, dá um up aqui no blog :D

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